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Roberto Brasileiro: os novos rumos do agilismo


Roberto Brasileiro
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por obile

Ouvimos muita gente dizer que o agilismo morreu, devido ao atual cenário de retração das empresas de tecnologia. Mas não é nada disso. O layoff recente é uma adequação natural de um setor que obteve um crescimento fora curva na pandemia. O mercado vive um momento muito bom. Há mais de 3 mil vagas abertas para agilistas no país, com salários entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. Isso aponta para uma maturidade em relação ao tema. 

Embora o Manifesto Ágil tenha surgido em 2001, o processo tem início em 2008. É o marco verdadeiro. A crise daquele ano impôs a necessidade de os gestores fazerem mais com menos. Foi quando o agilismo passou a ser visto de modo mais real. Hoje, entendo como uma habilidade das empresas. Falo da capacidade de adaptação, de ter respostas rápidas e apresentar um alto índice de flexibilidade. É uma abordagem facilitada pelas metodologias ágeis, num movimento que não deve parar. 

O Project Management Institute (PMI, organização internacional dedicada a aprimorar a gestão de projetos) estima que, nos próximos dez anos, serão necessários 25 milhões de novos profissionais na área. Ou seja, teremos um cenário de alto crescimento. Cada vez mais, veremos a união do agilismo ao gerenciamento. As organizações querem investir nisso. E não são só as grandes corporações. Há médias e pequenas estruturas alcançando grandes resultados em eficiência a partir da implementação do agilismo.

A expansão do agilismo, aliás, terá um grande campo entre empresas de menor porte. Trata-se de um mercado com muito espaço para consultores. Existe uma ascensão dessa mentoria empresarial em temas estratégicos. É algo interessante porque o profissional pode trazer uma visão de fora, desprovida do vício interno e com muito background. Nesse sentido, uma das tendências é a adaptação das metodologias ao contexto do cliente.

Método próprio

Já existem várias empresas que criaram conceitos próprios de agilidade. O caso mais conhecido é do Spotify. Isso vai ao encontro da verdadeira missão do agilista, que é entender qual a forma de entregar o melhor resultado dentro da proposta e da cultura do cliente. Sempre haverá um choque, uma resistência. Mas não é preciso forçar a aplicação de um método perfeito, seja Scrum, Kanban ou qualquer outro. A ideia é conhecer as técnicas e fazer ao seu jeito.

O foco do agilista deve estar menos na execução e mais na eficiência. A agilidade nasce para a eficiência. É essa melhoria de performance que as empresas vão exigir. Não é necessário seguir uma técnica específica. O agilista não está ali para implantar um método ágil, e sim para implantar resultado. Depois, ele mostra como chegou lá. E assim passa a ganhar ouvidos. 

Uma boa fórmula para se adaptar ao futuro desse mercado é conjugar a base teórica à gestão de projeto pura. E associar a esse arcabouço um mindset de resultado. A agilidade serve para trazer eficiência operacional, seja em um time, um departamento ou uma empresa inteira. Se ela não gerar isso, o profissional não está no ponto de maturidade. //

Roberto Brasileiro é especialista em métodos ágeis, empreendedor e palestrante. Este texto é um depoimento do autor ao jornalista Emanuel Neves.

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