A nova gigante
O Olimpo das big techs tem um novo integrante. É a Nvidia, indústria americana dedicada à montagem de processadores de alta performance. Fundada no Vale do Silício, em 1991, a marca tornou-se o assunto preferido do mercado de tecnologia, devido à sua brutal ascensão. Em menos de dois anos, o valor da empresa cresceu 850% – pulou de US$ 350 bilhões em 2022 para US$ 3,5 trilhões em outubro passado. A cifra é superior à de gigantes consolidadas, como Microsoft e Apple. Em vários momentos, a Nvidia chega a figurar no primeiro posto das bolsas de valores, tornando-se a maior empresa do mundo. E essa escalada se deve, sobretudo, ao boom da IA generativa (GenAI).
Os processadores gráficos sempre foram o produto principal da Nvidia – como o modelo GeForce, o mais popular entre os gamers. Os GPUs (Graphics Processing Units) eram originalmente utilizados para renderizar jogos e vídeos. A sua capacidade de lidar com uma grande quantidade de dados, entretanto, tem sido fundamental para data centers que rodam aplicações de machine learning e GenAI. Se as redes neurais são as sinapses do ChatGPT, as GPUs representam a sua massa encefálica. E a rápida evolução desses cérebros virtuais tem demandado cada vez mais capacidade de processamento. Tanto que a Nvidia deixou de se posicionar como uma marca de gráficos. Agora, intitula-se uma empresa de IA.
Embora lidere com folga o segmento, a Nvidia possui um eventual calcanhar de aquiles. A empresa é uma fabless – ou seja, não fabrica os componentes das suas GPUs. Quem faz isso é a taiwanesa TSMC, sua principal fornecedora. O trabalho da Nvidia é projetar e montar os processadores. Já as rivais Intel e AMD dominam a cadeia de produção desde a origem. Por ora, o modelo não parece atrapalhar as projeções de crescimento. A consultoria I/O Found prevê que o valor da Nvidia alcançará US$ 10 trilhões até 2030.
850%
É a valorização alcançada pela Nvidia entre 2022 e 2024.
US$ 760 bi
É a soma do valor das 85 maiores empresas da Ibovespa – algo em torno de 25% do que vale a Nvidia.
10 A 20 VEZES
Essa é a aceleração que as GPUs promovem no treinamento de GenAIs em comparação com chips tradicionais.
10 mil
Foi a quantidade de GPUs da Nvidia utilizada no treinamento do GPT-3, em 2020. Um investimento de cerca de US$ 150 milhões feito pela OpenAI.
88%
das GPUs vendidas no mercado de tecnologia são da Nvidia.
RAIO X DOS SEGUROS
O relatório Insuretech Report 2024, elaborado pelo hub de inovação em seguros Distrito, traz um panorama atualizado das startups do setor no América Latina. Confira alguns dos principais insights da pesquisa
58%
É a fatia que o Brasil representa no mercado latino-americano de insuretechs. O México vem em segundo, com 18%.
83%
É o percentual de investimentos em insuretechs que ficou concentrado no Brasil entre 2018 e 2024.
127
Foi o aporte recebido pela startup brasileira Alice, ligada à área de planos de saúde empresariais, em 2021. É o maior investimento já feito na América Latina.
DÁ RÉ, SIM!
Os coachs vão precisar rever a sua velha máxima. É que agora, oficialmente, os foguetes dão ré. Ou mais ou menos isso. Quem quebrou a escrita foi a SpaceX, empresa de exploração espacial de Elon Musk. Em outubro, o foguete Super Heavy decolou da estação de Boca China, no Texas. O propulsor voou por cerca de 70 km até se descolar da cápsula não tripulada e retornar à base. Ao se aproximar do solo, a nave religou seus motores de decolagem para frear a descida. Os braços de um sistema chamado de Mechazilla “agarraram” o foguete, recolocando-o exatamente no ponto de partida. Na prática, o Super Heavy não tem uma marcha à ré, mas usa um controle de retorno associado à própria força da gravidade. O experimento pode ajudar a reduzir consideravelmente o custo de voos desse tipo, pois evita que o foguete sofra danos ou seja perdido ao pousar, tornando-o reutilizável. A proposta da SpaceX é, no futuro, conseguir a retomada da nave inteira, incluindo a cápsula de comando.
ERA DOS TRILIONÁRIOS
Pelo jeito, só o que não dá ré é a fortuna de Elon Musk. Ele deve se tornar o primeiro trilionário da história da humanidade em 2027, de acordo com a projeção da consultoria Informa Connect Academy. A conta bancária de Musk, você sabe, é engordada por negócios como X (antigo Twitter), Tesla e SpaceX. Mas também tem a xAI, uma startup de IA que recebeu um aporte recente de US$ 6 bilhões – e passou a valer US$ 24 bilhões –, cujo intuito é desenvolver tecnologias para concorrer com gigantes do segmento, como OpenAI e Google. O indiano Gautam Adami, ligado ao ramo de extrativismo mineral, e Jensen Huang, da Nvidia, devem alcançar os 13 dígitos no extrato bancário em 2028. Em dólar, claro.
UM GÊMEO PARA CHAMAR DE SEU
Já ouviu falar dos gêmeos digitais? Trata-se de uma cópia virtual de, potencialmente, qualquer coisa – de máquinas e processos até territórios ou seres humanos. A utilidade desses softwares é projetar cenários, efeitos e funcionalidades em um ambiente virtual. Ou seja, sem riscos e com custo muito menor. Atualmente, o mercado de gêmeos virtuais movimenta US$ 20 bilhões. A projeção do The Business Research Company é de que esse setor triplique de tamanho até 2028, passando dos US$ 60 bilhões.
O impulso deve vir de uma associação entre GenAI e tecnologias de realidade aumentada. Uma das ações mais interessantes é o European Virtual Human Twins Iniciative. O projeto pretende criar gêmeos virtuais humanos para avançar na personalização dos cuidados com a saúde. Já a estratégia Destination Earth (DesinE) está configurando um clone digital do planeta Terra, com o intuito de testar o impacto de mudanças ambientais e socioeconômicas. Ambos os protótipos são patrocinados pela União Europeia.
QUERIDA, O ASPIRADOR ENLOUQUECEU
Nos EUA, aspiradores-robô estão xingando seus proprietários e atormentando animais de estimação. Tudo fruto de um ataque de hackers. Usuários do modelo Deebot X2s, da marca chinesa Ecovacs, relataram o ocorrido em maio de 2024. Esses aspiradores de última geração têm alto-falantes que emitem alertas. Já as câmeras servem para guiar os aparelhos pelo ambiente. A Ecovacs descreveu a situação como um “credential stuffing”, que é quando alguém rouba credenciais de uma plataforma ou serviço para tentar acessar outras contas de um usuário. A empresa bloqueou os IP’s dos hackers e atualizou o sistema de segurança dos aspiradores.
GAMES FAZEM BEM À SAÚDE
Não conte aos seus filhos… Uma hora de videogame por dia melhora significativamente a saúde mental e a satisfação com a vida, com benefícios chegando ao pico em cerca de três horas de jogo por dia, segundo estudo publicado pela revista científica Nature Human Behaviour. A descoberta desafia a noção de que os videogames são prejudiciais e sugere que eles podem servir como uma forma de alívio do estresse, desde que com moderação. Será?
33%
É o percentual de capital de risco que a IA concentrou no último ano. Ou seja, um a cada três dólares aportados pelos investidores de venture capital vai para aplicações ligadas a essas tecnologias. O dado está no relatório State of Venture, da CB Insight.
GLOSSÁRIO 20/30
O QUE SÃO MEMECOINS?
São criptomoedas baseadas em memes da internet. Elas inicialmente surgiram como brincadeiras. Mas algumas ganharam grande tração e popularidade devido à comunidade que as apoia e ao hype nas redes sociais. Algumas das mais famosas são a Dodge Coin (baseada no meme de um cão da raça Shiba Inu), a Yooshi Coin (inspirada no personagem do jogo Super Mario) e a Trump Coin (uma homenagem ao presidente americano).
O QUE SÃO FEMTECHS?
São startups voltadas para o público feminino. Em geral, essas empresas de base tecnológica criam produtos e serviços com foco na saúde, no bem-estar e em necessidades específicas das mulheres. A lista de inovações vai desde aplicativos para monitorar o ciclo menstrual até deep techs que se dedicam a estudar o câncer de mama. A consultoria Adson Advisory estima que as femtechs devem movimentar US$ 76 bi até 2026.